quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

No final das contas


Igual ao que você disse que nunca seria 

“Todos os homens não são iguais”

Mas você sempre foi, como eu não veria?

Tola, como se sozinha, morreria?


Igual em tudo que importa

Diferente em tudo que não 

Se diz aberto, mas fecha a porta 

Quando não posso estender a mão 


Você se foi, rápido demais 

Sempre rápido demais 

Exarcebadamente confiante 

Mas nunca verdadeiro amante 


No final das contas, o adeus 

Veio em joguete e precisei espremer 

Todos os erros, você disse: meus 

Melhor sozinha, de que, na ilusão, sofrer

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Coloque toda sua felicidade na mão de alguém

E observe enquanto ele ou ela

Te destrói 

E reconstrói 

Uma pessoa lúgubre que não é mais você 

Mas é você 


Um você com um dodói 

Que não se cicatriza 

Um você que se vê

Mas não se identifica 


Alguém que é uma sombra do que já existiu 

Alguém que se assombra 

Com o que um dia se permitiu 

Alguém que não sabe dar mais um passo

Como se todos pudessem ser em falso

quando não se pisa mais com os próprios pés 


Um você que corrói 

Pelo que não consegue ver 

Um você que dói 

Pelo que não consegue ser 


Coloque toda sua tristeza na mão de alguém 

E observe.

sábado, 6 de março de 2021

Será que isso é realmente amor?

 Será que isso é realmente amor?

Eu não vou conseguir sozinha.


Casa, trabalho, comida, saúde, filhos. 


Eu não vou conseguir sozinha. 

Suportar. 


A hora tem que ser quando você quiser acordar?

E se eu precisar de ajuda mais do que você possa imaginar?


Pra zelar pelo que é nosso. Para me cuidar. Para cuidar dos nossos. 

Você vai querer me ajudar?


Quando eu pensei que o mundo ia colapsar, eu me levantei. 

Minhas pernas não tinham forças para caminhar. 

Eu caminhei.


Minha mãe naquela cama. Seu braço, um pedaço da carne que era consumida e deixada. 

Minha prima, lá da Suíça, por que ela teria que se preocupar? Me mandou dinheiro, me mandou palavras. 

Visitas que eu não esperava. Pessoas que nunca pensei que me ajudariam, apareciam. Pessoas que nem me conheciam, eu pagava, e elas vinham. 


(Meu pai disse: “é a vida, acontece, pessoas partem, saúde se vai”. Por que tinha que me dizer isso naquele momento?)


Te pedia. Dentro, meu coração ardia. Por que não era você quem me oferecia?


Consolo. 

Carona.

Ajuda.


Versus


Trabalho 

Confraternização do trabalho 

Muito cedo, muito tarde 


Eu jurei que não iria mais passar por isso.


Eu continuo aqui. Com medo. Parada. Por nada.


O tempo parece passar por mim, e não eu por ele. Enquanto espero por perguntas para as quais já tenho as respostas. Sinto como estivesse me cozinhando em banho-maria. Esperando. Pelo inevitável, pelo inadiável, pela dor.


Eu não vou conseguir sozinha. 

Será que isso é pavor?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Sua Agenda

 Sua Agenda 

Thayna Rua Viegas


Como é ser a opção número 8 da pessoa que mais amas?

Na sua agenda própria, 

o que importa está dentro de você 

Todos os dias, cada repetição, é um esforço à sua causa 


E de, causas próprias, você entende 

E não consegue nem mais ver 

Aquilo que está a frente de você 

Não importa, já é como certo; se preciso, mente.


Sinto muito, você não é prioridade, a agenda dos demais é deles próprios 

Querer o que lhe importa e nada mais ver 

Seria auto confiança exarcebada ou egoísmo cego?

Por que fico? Seria amor, dor ou ego?


Na longa lista, não sei se há fim, mas estou no último lugar, 

Com a promessa de ser a mais amada. 

Minha vida, meus sonhos, toda a caminhada 

Por que lhe importaria e porque teria que encaixar?


Na sua agenda tão lotada, onde você tem um encontro tão especial 

Com você.


O mais amargo gosto de rejeição. 

Que queima e arde, machuca e dilacera.

E meu amor a tudo tolera.


Tenho eu que colocar o pé no chão 

A caneta na mão 

E decidir então...

Escrever meus próprios planos 

Enxugar as lágrimas 

Fechar o livro


E correr...

Corer!

Antes que me alcance 

E me sufoque até que reste apenas 

Seu descaso me esmagando

A luz do futuro se extinguindo

Junto às páginas por mim escritas

E o sabor das minhas próprias mágoas.


Antes que reste só... você.

domingo, 12 de julho de 2020

Lake of sorrow

I am drowning in a lake of sorrow

What’s the point of living?

But there is no point in dying if no one will cry your loss

When you feel this lonely, your life matters Because it’s a story without words 

You start as someone, you are identified by a name and, when you die, there should be a story 

The story of [insert name here]

How could someone be unworthy of a story?

When you are dead inside, there is no one around and no story will be told 

So what’s the point of dying?

The only alternative is rooting until the body reveals the emptiness of your meaning 

And you drown.

domingo, 2 de setembro de 2018

Verde

O tempo corrói o que há de bom
Verde, verde, verde, verde
Foi tudo que consegui enxergar 
E afundei, afundei, afundei...

Quando voltei do meu mergulho
Não era nada além de um lago raso
Era fácil de sair e quente demais 
Não era nada além do meu pensamento 

Mas o cheiro continua em mim
Como tatuagem na pele 
E como sei que vai desaparecer
Cada respiração é um tormento 

O tempo destruiu tudo que foi bom 
Preto, preto, preto, preto 
É tudo que sempre consegui enxergar 
E afundo, afundo, sem volta



Cada poesia é para alguém. E essa é para você. O adeus que pira.

domingo, 11 de outubro de 2015

Éblouie par la nuit

ZAZ - Éblouie par la nuit



Éblouie par la nuit à coups de lumière mortelle
Deslumbrada pelas luzes mortais da noite    
A frôler les bagnoles les yeux comme des têtes d’épingle.
Os carros passando perto, os olhos como cabeças de alfinetes
Je t'ai attendu 100 ans dans les rues en noir et blanc
Eu te esperei 100 anos nas ruas em preto e branco
Tu es venu en sifflant.
Você veio assobiando

Aquele mesmo sentimento, a familiar angústia. 
O sol se pôs: as noites se acenderam mais uma vez.
Luzes mortais que só duram a noite. 
As noites que passo em claro.
Procurando…

O som dos carros fere meus ouvidos
enquanto observo-os do meio-fio.
Será que você está em algum deles? 
Só vejo meu reflexo nas janelas.

Meus olhos cansados não enxergam as luzes mudando do vermelho para o verde. 
E então para o vermelho de novo. 
Os carros cruzam a rua, 
E eu observo as linhas brancas no asfalto ocupadas mais uma vez.

Meus olhos estão arregalados como cabeça de alfinetes.
O sono, as lágrimas, sem foco, olhando, 
Mas sempre sem enxergar por estas ruas. 
Fitando tudo, mas nada.

Vago nas ruas iluminadas que são preto-e-branco. 
Me falta a cor, que você levou no meio da noite. 
Descolorindo a vida de onde escapou.
E tornando o cenário da minha vida um filme antigo.

E te espero, esta noite também. 
E todas as noites antes dessa, 
que se acumulam, acumulam e já perdi as contas, 
Mas deve ser a centésima.

Como se não lhe esperasse, 
Como se o tempo fosse sempre esta noite eterna, 
Você aparece, assobiando, despreocupado. 
Na centésima noite de vigília.

Éblouie par la nuit à coups de lumière mortelle
Deslumbrada pelas luzes mortais da noite    
A shooter les canettes aussi paumée qu'un navire
A chutar as latinhas tão perdida quanto um navio
Si j'en ai perdu la tête je t'ai aimé et même pire
Se perdi a cabeça, eu te amei e até pior
Tu es venu en sifflant.
Você veio assobiando

Eu sempre tenho um destino e um caminho.
Então por que sempre pareço perdida?
Cambaleando pelo caminho certo,
Chutando as latinhas como bola de futebol.

Duvido da minha sanidade algumas vezes ao dia.
Me pergunto o que sinto muitas vezes ao dia.
Os sentimento por você se misturam, 
E o amor é o mais inofensivo deles.







Éblouie par la nuit à coups de lumière mortelle
Ofuscado pela noite por golpes de luzes mortais
Faut-il aimer la vie ou la regarder juste passer?
Você amou a vida ou apenas a viu passar?
De nos nuits de fumette il ne reste presque rien
Das nossas noites de fumo não sobrou quase nada

Que des cendres au matin
A não ser tuas cinzas pela manhã
Dans ce métro rempli des vertiges de la vie
Nesse metrô repleto de vertigens da vida
A la prochaine station, petit européen.
Até a próxima estação, pequeno europeu
Mets ta main, descends-la au dessous de mon cœur.
Coloque tua mão, desça-a abaixo do meu coração


Você vive sem fazer promessas.
Mas realmente está vivendo?
Você vive sem amar ninguém.
Mas está só sobrevivendo?

Estamos vendo nossas vidas passar
Sem fazer nada?

Das conversas, do cigarro, do colo
Só sobraram as luzes ligadas das janelas do vizinho.
Do vinho, da descontração, das risadas
Só sobraram as cinzas da manhã seguinte.

As cinzas do cigarro consumido.
As cinzas do que era fogo, e se apagou.

Vida que segue, embarcamos no Metrô
Onde rostos de ninguém se encaram.
Histórias mal contadas se olham
E desembarcam para continuar sendo contadas.

Até a próxima estação.
A vida tem que seguir.

Descemos, nessa geração,
dos jovens que somos
do pequeno lugar desse mundo
Reservado para nós.

Coloque sua mão no meu peito
Sinta meu coração que ainda bate
Vamos perder este metrô
Vamos embarcar em nossas vidas



















Éblouie par la nuit à coups de lumière mortelle
Ofuscado pela noite por golpes de luzes mortais
Un dernier tour de piste avec la mort au bout
Uma última volta estendendo a mão ao fim
Je t'ai attendu 100 ans dans les rues en noir et blanc
Eu esperei 100 anos nas ruas em preto e branco
Tu es venu en sifflant.
Você veio assobiando.

As luzes morrem aos poucos,
Pois o sol ilumina a escuridão.
A última volta no quarteirão,
A última esperança de encontro.

Mas já esperei por tantas noite
Que já perdi as contas.
E elas se acumularam, acumularam,
Mas deve ser a centésima.

E, a cor retorna, quando você chega assobiando
Tão de repente, quanto desaparece
E deixa apenas as cinzas
E o mundo preto-e-branco.

Você retorna assobiando,
Como se fosse a primeira noite.

E, me pergunto,
Se sou eu quem está perdida,
Se sou eu quem eu procuro,
ou Você.




---

Interpretar poesia com poesia me parece perda de tempo.
Mas de todas as maneiras que posso perder meu tempo,
Esta é a minha preferida.

Zaz, obrigada por me fazer sentir, e não pensar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Comeback



I don't have to only cry myself to sleep
I need to cry myself to sleep silently

Sometimes I wonder if
when you told me you wouldn't leave
it was because you'd hurt me
until I left you first

I don't want to leave you
You left yourself
Transformed the laugh in silence
And made me loud inside            

It's all my fault
I touched the scar
I opened and it's bleeding
this is my silent punishment

I have only to bleed with you
I don't need to lose you to find me

Comeback to me!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Life's Traffic




Today as I was returning home, there was an old lady selling pens in the bus. Nobody wanted to pay $1 for a pen and she left the bus cursing out loud.

Today as I was eating my vegetables soup, I remembered why I love writing.

I am writing in English because that gives me a sense of freedom and security even though pretty much everybody can understand this text nowadays.

Riding back home and this soup have the same savorless taste of failure.

I spent most of my life acting like the person I am not. I thought I was living this world of possibilities because my mother believed I could achieve more. I was trying to get the life I thought I had.

I was the kid that had rides to school. I could afford meals outside school. I always acted so strong that I even fooled myself about the real situation at home. I thought I was ok, I thought I was good enough.

Now, as time passed, I realize I was watching the real life in the sidewalk. What am I doing now, trying to live what I never was supposed to?

Today I decided to cross the street of illusions.

I can’t go further, and because I took so many time to get it, we are now in this terrible situation. I should have been happy with my awesome public high school. I thought I could be an engineer, I dreamed about being a professor. Now I am in the position where I don’t know how to do anything, I don’t have any experience or guts whatsoever.

What I had in mind? I thought I could be more than I actually could by memorizing textbooks. Now I am as useless as those books.

I can understand why the woman cursed at everybody. $1 is worthy blood, sweat, humiliation.


And I am not brave enough even to sell $1 pens in the bus.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Brasil é um país falido

O Brasil é um país cheio de oportunidades de investimentos para países estrangeiros. Mercado consumidor grande, economia em crescimento, quer coisa melhor?



No entanto, o Brasil para o Brasileiro é um país falido. De um lado, políticos com pouca formação intelectual e espiritual. Felizes ao ver o seu povo ignorante, sem dente e gastando o pouco que tem em cachaça e drogas.

Do outro lado, uma juventude confusa e discriminada. Quando ficam calados, são um bando de vagabundos sem força e inteligência para mudar o país, convidados a olhar o exemplo de seus pais e avós... Quando vão as ruas, são vagabundos baderneiros que não tem o que fazer e saem por aí vandalizando.

Os políticos oferecem à população o que há de pior por um preço exorbitante! Seja saúde, educação, transporte. Meus caros, é público, mas a gente paga! E paga caro!

Falam em aumentar o preço do transporte público e o povo se revolta. Mas é claro que se revolta! O povo precisa pegar o ônibus, o trem, o metrô para ir, feito sardinhas na lata, para seus trabalhos e escolas. Vão pendurados em lata-velhas, com o risco eminente de serem assaltados, imprensados por todos os lados. E, ainda assim, não temos o direito de reclamar.

Doutores, eu vi com meus próprios olhos. Transporte público pode ter um preço justo e pode ser de qualidade. As pessoas preferem ir de transporte público aqui na Coreia do Sul! É mais rápido, mais barato, confortável (ar condicionado ou aquecedor). Sabe qual é a diferença? É que os políticos enquanto coreanos querem ver seu o povo (coreanos) viverem uma vida decente, até quem não foi pra faculdade consegue conceber esse tipo de pensamento óbvio.

Sua ganância e incompetência é que afundam o nosso país. Vocês, políticos, voltem para a escola e vão para Igreja, porque vocês vão falir esse país e massacrar o nosso povo. E termino de forma filosófica: Sejam humanos, seus imbecis.

Perfil

Minha foto
Natal, RN, Brazil
Eu não faço sentido, sou uma crase num ás de copas, uma tesoura sem ponta em meio à linhas de costura, uma flor sem pétalas perante às tropas. Eu faço sentido, de cabeça pra baixo com Cazuza no fone, três metros de fio dental e uma panela de brigadeiro transcendental.

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